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sábado, 11 de junho de 2011

Um novo livro de cabeceira

A obra História da Moda no Brasil - Das influências às autorreferências, lançada pela Pyxis Editorial, é o resultado de uma parceria entre o professor de História da Moda João Braga e o jornalista e escritor Luís André do Prado



Foi a partir das passarelas, das ruas e das publicações editoriais que o professor de História da Moda João Braga e o jornalista e escritor Luís André do Prado seguiram a trajetória da criação de moda no país.

Dividido em sete capítulos, o livro História da Moda no Brasil - Das influências às autorreferências contempla o período que vai de 1889 até 2010. Começa com um Brasil copiador e termina com um país formador de criadores.

A poucos dias do lançamento, encontrei os autores no escritório da Pyxix Editorial para conversarmos sobre a obra, lançada esta semana. João Braga e Luís André contaram que a ideia inicial previa um livro de 300 páginas, mas a pesquisa rendeu tanto, que o trabalho acabou dobrando de tamanho e deu origem ainda a um DVD com quatro programas, de 25 minutos cada um.

O vídeo não será vendido, vai ser um brinde para os leitores que comprarem a obra nos eventos que vão acontecer pelo Brasil (veja agenda abaixo). Outra forma de ter acesso ao material é ficar atento à TV Cultura, que veiculou o especial no programa Cultura Documentários. A emissora ainda não divulgou as datas de reprise, mas vale a pena checar a grade de programação do mês de julho (http://cmais.com.br/culturadocumentarios?d=2011/06/08).

Toda a apuração inspirou, ainda, outro projeto: a criação de um museu virtual da História da Moda no Brasil, já aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, mas ainda em fase de captação.


Capítulo 2: Costureiras e alfaiates vestem melindrosas e almofadinhas (Anos Loucos - 1919 a 1930)


A roupa feminina ficou mais funcional para atender às necessidades de uma mulher que saiu para o mercado de trabalho durante a Primeira Guerra Mundial e continuou nesse processo com o fim do combate. A silhueta mudou, passou a ser reta, e os comprimentos de saias e vestidos diminuíram.
''o Brasil, um exército de costureiras anônimas produzia, em ateliês domésticos ou informais, as peças também sob medida, mas sem o mesmo glamour (da França), que vestiam as nossas mulheres, quando não eram feitas pelas próprias donas de casa - todas já municiadas de máquinas de costura, equipamento presente na maioria dos lares de classe média'' (pág. 97).


Capítulo 1: Elegância fala francês com distinção (Belle Époque - 1889 a 1918)


A elite agrária, que dominava o Brasil, queria se vestir como os franceses, inventores da criação de moda propriamente dita. Os endinheirados partiam para estudar na França e consideravam que tudo o que era chique e refinado vinha de fora. Em território nacional, a única moda produzida era cópia fiel ou levemente adaptada dos modelos franceses.
''Não por outro motivo, os termos em francês predominavam na designação de quase tudo que se referia às roupas'' (pág. 28). Cintura marcada e chapéus exuberantes faziam parte dos trajes.


Um país que nasceu com a moda


Nessa parte introdutória a dupla reflete acerca do primeiro produto exportado pela nação, o pau-brasil. ''Espécie arbórea usada para a extração de um pigmento, então raro e valorizado, nas cores vermelha e púrpura, usado para tingir tecidos'' (pág. 17).


Capítulo 3: Alô, alô, Casa Canadá, Jotinha e Garotas do Alceu! (Era do Rádio - 1931 a 1945)


Nessa época, as curvas femininas voltaram a ser valorizadas e as maisons (casas) francesas surgiram no Brasil. ''Elas importavam e reproduziam aqui a moda lançada em Paris; para isso, contavam com oficinas de costura, alfaiataria, estoques de tecido, aviamentos e adornos vindos de fora'' (pág. 135).
A casa mais importante foi a Canadá, que ficava no Rio de Janeiro e distribuía a moda francesa para todo o Brasil. Em São Paulo, se destacaram as casas Madame Rosita e Vogue. Entretanto, ainda não eram consideradas criadoras de moda.


Capítulo 4: Alta moda surge no Brasil com costureiros do jet set (Anos Dourados - 1946 a 1960)


A modelagem superfeminina do New Look de Dior se concretiza nessa época e a indústria têxtil do Brasil se fortalece durante a Segunda Guerra Mundial.''Chegamos ao pós-Guerra ocupando a segunda posição mundial em capacidade produtiva e nosso forte continuava sendo o algodão'' (pág. 185).
Existe uma preocupação em mudar a imagem do algodão, que era associado aos menos favorecidos. Começa a surgir uma moda criada no Brasil. Concursos de beleza e desfiles pipocam e ganham importância. A confecção de roupas por meio de moldes se populariza e cresce.


Capítulo 5: Fenit e Rangan tornam a moda um grande espetáculo (Tropicália & Glamour - 1961 a 1975)


Os costureiros da moda luxo ganham visibilidade, patrocinados, especialmente, pelos fabricantes de fios sintéticos. Clodovil, Dener e Amalfi criavam roupas que eram apresentadas na Fenit (Feira Nacional da Indústria Têxtil), mas que nunca seriam vendidas. Um show para mostrar do que os fios eram capazes.
A Rhodia, tendo à sua frente Lívio Rangan, começou a ganhar destaque na Fenit e seu evento chegou a ser considerado o principal da feira. Mais tarde, a empresa lançou os Cruzeiros da Moda, editoriais fotografados fora do Brasil que tinham como objetivo legitimar a criação brasileira.


Capítulo 6: Jeans e grupos de estilistas fazem moda ''democrática'' (Anos Azuis - 1976 a 1990)


''A década de 1980 ganhou o epíteto de ‘anos azuis’ graças à onipresença do denim índigo blue nas vitrines, editorias de moda e ruas do país, expressando coincidentemente (ou não) um tempo em que se democratizava a vida pública e também a moda''(pág. 405).
Surge, então, um grupo de estilistas chamado Moda-Rio e depois, inspirado nesse primeiro, a Cooperativa de Moda, em São Paulo. Em seguida, outros núcleos são formados no país. A Rhodia investe em um curso de curta duração, voltado para a criação, com a francesa Marie Rucki, diretora do Studio Berçot, que trouxe uma maneira acadêmica de se pensar moda e ensinou estilismo.


Capítulo 7: Com escolas e semanas de moda, setor atinge maturidade (Supermercado de Estilos - 1991 a 2010)


''Foi a partir da década de 1990 que as primeiras gerações de estilistas e profissionais de moda graduados nas escolas pioneiras do país chegaram ao mercado'' (pág. 537). O Brasil passa a ter profissionais formados e prontos para criar. As semanas de moda ganham força. O Rio é o pioneiro quando lança, em 1992, a Semana de Estilo Leslie, que se transforma em Semana Barra Shopping de Estilo e, posteriormente, em Fashion Rio.
São Paulo começa um pouco mais tarde, em 1994, com o Phytoervas Fashion, que muda para Morumbi Fashion e, finalmente, para São Paulo Fashion Week. Alexandre Herchcovitch foi o primeiro a ter projeção internacional e abriu caminho para os outros estilistas.


Serviço:
História da Moda no Brasil - Das Influências às autorreferências
Pyxis Editorial
642 págs.
R$ 120

Agenda:
Data: 10/06 (sexta-feira)
Horário: a partir das 19h
Local: Casa do Saber - Rua Doutor Mário Ferraz, 414, São Paulo
Informações:             (11) 3707-8900      

Data: 11/06 (sábado)
Horário: das 9h às 12h
Local: FAAP - Rua Alagoas, 903, São Paulo
Informações:             (11) 3662-7000