Para não correr o risco de conviver com esses indesejáveis pigmentos, use filtro solar o dia inteiro
Um dia, você se olha no espelho e vê uma mancha acastanhada, clarinha, na bochecha. Acha um pouco estranho (parecia não estar lá antes), mas acaba considerando que não é nada demais. Nem analisa a possibilidade de reforçar a proteção contra o sol. Quando se dá conta, a mancha está bem maior e mais escura. Ao consultar um dermatologista, ele dá o diagnóstico: é melasma.
Trata-se de um fenômeno que atinge muitas pessoas, em especial as mulheres. É caracterizado por pigmentos acastanhados – claros ou escuros – na epiderme, que aparecem nas áreas do corpo mais expostas à luz – como rosto, braços e o colo dos seios. Na face, é comum na região central (nariz, testa, queixo entre a boca e o nariz), mas também pode ser encontrado nas laterais, como nas bochechas. O problema é apenas estético e não apresenta riscos para a saúde.
As manchas em questão têm forte componente hormonal, já que são provocadas por receptores do estrógeno – hormônio produzido pelos ovários – presentes na célula de onde sai a melanina, aquela substância que dá cor à pele, conforme explica a dermatologista Carolina Ferolla, de São Paulo.
Essas alterações hormonais podem ser causadas pelo uso de anticoncepcionais, pela gestação – estima-se que 75% das gestantes tenham melasma – ou pela reposição hormonal durante o climatério (período que se segue à menopausa, a última menstruação). Mas o problema é mais comum entre as mulheres na faixa dos 30 anos. "Alguns homens, porém, apresentam melasma, pois possuem receptores de estrógeno, algo que, biologicamente, não deveria acontecer. Contudo, ocorre por alguma disfunção", afirma a especialista.
Pigmentos ainda mais fortes
Somada ao fator hormonal, a exposição à luz intensa contribui para o surgimento das manchas: ela sensibiliza a célula, que produz mais melanina. Portanto, evite tomar sol entre 10 horas e 16 horas, quando a radiação de ultravioleta é mais forte.
E, por incrível que pareça, não é apenas o sol o causador desse problema. "A tela do computador e a luz fria – aquela que consome menos energia – também emitem luminosidade suficiente para estimular as células a produzirem melanina", afirma Carolina. Pois é, fica difícil imaginar alguém que consiga evitar todas essas fontes luminosas.
Por isso, se você não quiser conviver com essas desagradáveis manchinhas, previna-se passando bloqueador solar, de preferência, superior a 30. E fique atento a esta dica do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro): leia a embalagem de seu produto para saber de quanto em quanto tempo é necessário reaplicá-lo no corpo e no rosto. Quando sair ao ar livre, tente também usar chapéus. “Eles protegem e ainda proporcionam um toque de charme ao visual”, enfatiza Carolina.